Aproveitando a sessão evocativa dos 60 anos do julgamento de Álvaro Cunhal, que decorre no próximo dia 22 de Junho, às 17h30, no Tribunal da Boa Hora, em Lisboa, a Editorial Avante! lança um CD com os Cadernos da Prisão e outros materiais escritos por Álvaro Cunhal durante o longo cativeiro na Penitenciária de Lisboa e na Cadeia do Forte de Peniche, entre 4 de Abril de 1949 e 3 de Janeiro de 1960.

Os manuscritos digitalizados, aos quais se acrescentam alguns documentos soltos que se encontravam junto àqueles, constituem um documento histórico imprescindível para conhecermos, concreta e directamente, a personalidade de revolucionário exemplar de Álvaro Cunhal na situação de rigorosa clausura.

Intransigente na defesa dos seus direitos, mesmos os escassos direitos de um regime prisional fascista, lutador incansável contra a desumanidade dos rigores, ilegalidades e prepotências a que esse mesmo regime o submetia, Álvaro Cunhal manteve ao mesmo tempo uma actividade intelectual persistente, diversificada e de grande profundidade, apesar de e contra esses rigores prisionais.

Durante a iniciativa do próximo dia 22, no Tribunal da Boa Hora, serão lidos excertos da defesa de Álvaro Cunhal perante o tribunal fascista (por André Levy, António Olaio, Teresa Sobral e Myla Dimas), poesias de Pablo Neruda e Manuel Gusmão (por Tavares Marques e Teresa Gafeira), e decorrerá um apontamento musical (com Luísa Amaro e Gonçalo Lopes, Marcos Magalhães e Catarina Flores, e o Grupo Coral dos Operários Mineiros de Aljustrel). O secretário-geral do PCP faz a intervenção de encerramento.

O CD será distribuído com o próximo número do Avante! mediante encomenda prévia das organizações e terá o preço de 9 euros.